Paraguai 1º Dia - Chegada
Por conta de um bug no meu relógio interno eu não consegui dormir na véspera do voo. Ficava cochilando e acordando com receio de perder a hora, mesmo com despertador marcado para levantar.
Mas, apesar dos perrengues, deu tudo certo neste primeiro dia.
Resumindo a saga: cheguei ao aeroporto de Fortaleza as 4h05 da manhã e o voo, programado para decolar as 4h45, já estava na metade do processo de embarque. Depois da última reforma ficou um tanto ridículo o processo de embarque, pois se caminha em uma direção para ter acesso à área de embarque, onde fica o raio X e etc, depois se caminha na direção oposta para se chegar aos respectivos portões de embarque. Na minha opinião uma completa e absurda estupidez pois primeiro você se afasta pra só então caminhar no sentido desejado. Enfim...
Depois de chegar ao destino às 8h10, no caso Guarulhos, com atraso de menos de 10 minutos, o desembarque levou mais de 20 minutos para começar, sendo que meu voo de conexão para Foz do Iguaçu decolaria 45 minutos após o pouso desta em que me encontrava.
Ao conseguir sair da aeronave, tendo menos de 10 minutos para encontrar o voo para Foz no prazo estipulado no cartão de embarque onde dizia que a mesma encerraria o processo de embarque às 8h45, procurei rapidamente por algum painel com dados dos voos, pois não constava no ticket digital o número do portão. Ao ver que todos os painéis mostravam apenas propaganda, entre eles um solicitada doações em pix para ajudar ao Rio Grande do Sul através de um qrcode - que por sinal ficava cortado quando era exibido em um conjunto de 4 TVs lado a lado - eu procurei a primeira pessoa à vista para solicitar informações. Uma atendente a LATAM que solicitou informações via rádio, mesmo não havendo uma resposta ela me informou acreditar que seria no portão 228, no final do aeroporto.
Agradeci e sai correndo, pois pelo prazo do ticket eu teria menos de 10 minutos para chegar lá antes do final do processo de embarque.
Diga o que quiser, mas não gosto de fazer ninguém esperar.
Finalmente, depois de cruzar praticamente mais da metade do aeroporto, sem encontrar um painel ou TV informando sobre os voos, cheguei ao portão 228 e confirmei se tratar do voo da GOL para Foz do Iguaçu.
Curiosamente, o voo o qual não quis atrasar, estava atrasado no processo de embarque. Ninguém havia entrado no avião ainda. Não sei se por atraso da aeronave, dos funcionários ou por outro motivo. Pelo menos pude relaxar e aguardar o embarque, que demorou uns 20 minutos, aproximadamente, para começar, decolando com atraso por volta das 9h15.
O voo para Foz estava programado para chegar as 10h55, curiosamente pousamos às 10h53.
Resolvi ignorar uns conselhos de YouTube e tentar pedir um Uber. O conselho seria para evitar, uma vez que os motoristas de Uber raramente atendem chamados do aeroporto por receio de serem para cruzar a fronteira, já que o aplicativo só exibiria o destino após da corrida aceita.
Por sorte um motorista, João, aceitou rapidamente. Ele estava na rua em frente à saída do aeroporto, onde vários homens anunciavam táxi e Uber para quem saísse pela porta. O conselho de ignorar essas pessoas eu resolvi seguir, sendo que não havia como saber se eram Ubers, taxistas ou alguém esperando algum desavisado para extorquir. Nessas horas a dúvida faz a diferença.
Fomos conversando um pouco no caminho e ao chegar na Ponte da Amizade, João me deixou com seu número para, caso eu necessite retorno, eu conversasse com ele previamente e agendasse a ida até o aeroporto.
Próximo passo, cruzar a ponte a pé.
Apesar do caminho estreito, foi simples atravessar. Haviam muitos caminhões estacionados no lado por onde se entra no Paraguai, o que impossibilitou de ver o trânsito, mas estava intenso. Muitas pessoas indo na direção do país vizinho, parecendo como se fossem na padaria comprar pão. Pra eles é rotineiro atravessar a ponte, como para o paraguaio é rotineiro vir ao Brasil comprar certos tipos de alimentos mais em conta. Porém carnes e itens perecíveis não são permitidos.
Não encontrei de forma visível onde deveria, supostamente, entrar com a solicitação de permisso, mostrar meus documentos e exibir o comprovante de vacinação.
Seguindo após a aduana encontrei-me com o taxista Sérgio. Um paraguaio muito bem recomendado por um canal de compras no YouTube. Ele me indicou uma casa de câmbio, onde o real brasileiro estava até bem cotado. Lá me solicitaram a identidade, telefone e estado onde morava. Apesar de ali aceitarem a habilitação brasileira como documento, não estava com ela ali, pois o que ouvira era que de nada ela valia pois não seria reconhecida como documento válido no país.
Real trocado, nos dirigimos até a pousada. Sérgio pareceu um homem bem prestativo, se colocando à disposição de me acompanhar e aguardar para se certificar de que estivesse bem.
A pousada indicada por um amigo é bem tranquila, apesar de estar em uma rua "estranha" para os padrões brasileiros, é apenas isso, estranha. De um lado uma casa ou estrutura bem estruturada, com uma bela faixada e pintura, da outra um muro caindo aos pedaços ou um uma casa mais humilde e pouco chamativa. Segundo Sérgio, no Paraguai eu veria muito desses contrastes.
Mas voltando, a pousada é - Casa Alamanda - bem simples, quase familiar. Como uma pequena vila. Quartos circundando uma área verde com um pequeno quiosque com mesa e cadeiras para interação entre os hóspedes.
O café da manhã no dia seguinte se mostrou bem modesto. Algumas fatias de pão de forma, um croissant de chocolate e o que parecia ser um pão de queijo, mas no formato de bolinho bem grande. Algumas geleias, suco, leite e duas frutas. Só mesmo para não passar a manhã em jejum.
Não consegui tirar fotos pois havia deixado o celular carregando, mas assim que puder incluirei nas futuras postagens.
Segundo a pessoa que me recebeu, Lins, há uma pizzaria/burgueria em uma esquina e uma padaria na outra. Neste primeiro dia não conseguiria provar da pizza, pois o estabelecimento, como alguns no Brasil, fecha às segundas para o descanso de seus funcionários. Já a padaria fica aberta até às 17h30. Me adiantei para garantir meu "almoço" neste dia, assim como água.
Uma coisa que me avisaram sobre o Paraguai é que ele sofria com quedas no fornecimento de energia. Não sei se foi o caso, mas pouco depois de começar a escrever este post a energia na pousada foi cortada. Felizmente deixei o notebook carregando para poder conseguir registrar as lembranças desse dia inicial.
Teste realizado às 10h06, hora local, após o retorno da energia registrou quase o oposto.
Por falar em energia e registar, a internet da pousada é bem simples. Um teste rápido de conexão feito hoje de manhã mostrou uma velocidade de 1Mb. Provavelmente não era a real, uma vez que outras pessoas podiam estar usando, já que pelo teste o upload registrado foi de 6Mb, que geralmente é metade da taxa de download.
Espero que volte logo, pois estou incomunicável, sem internet e sem energia para carregar o celular.
E falando em internet, os chips de operadoras aqui tem a mesma exigência das do Brasil, um documento de identificação para serem ativados. Só na Argentina não tive esse problema, mas aqui comprei um chip e, provavelmente, ficarei com ele inutilizado sem a documentação.
No mais, assim que possível, atualizarei as postagens sobre minha estadia e impressões do Paraguai.
PS: A energia voltou mais ou menos as 9h47 da manhã. Aproximadamente uns 40 minutos após ter caído.