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Diário de Bordo

causos, cotidiano e pensamentos

Nostr

08 de fev de 2023

Tem algum tempo que roda um borburinho na internet (principalmente no twitter) sobre uma tal rede social incensurável chamada NOSTR (N.odes and O.ther S.tuff T.ransmitted by R.elays).
Que nada mais é do que um protocolo de comunicação baseado no antigo IRC, com criptografia de ponta à ponta e vários relays conectados, que seria a força vital da incensurabilidade da rede.

Até quando me entendo de gente sempre fui meio aveso às coisas quando há um grande borburinho, quando se fala muito sobre isso ou há muito anúncio de algo (vide séries de zumbis).


A rede Nostr ganha pontos em ser descentralizada, ter várias interfaces disponíveis para que o usuário escolha a quem mais lhe agrada e em ter criptografia de ponta à ponta.
Porém, como é uma teclogia ainda no início, por mais que seja baseada no IRC, é outra coisa completamente diferente implementar um protocolo dinâmico, que lide com conteúdo multimídia (altamente dominando no twitter, seu concorrente mais direto) e tornar o processo de criação e login de conta algo mais intuitívo e prático.

A rede funciona assim: quando se vai criar minha conta o aplicativo escolhido já resolve a questão das credenciais (as chaves de criptografia). Não é necessário e-mail, telefone, CPF, nada! Só precisa de um computador/celular e uma conexão com internet.
Uma vez criada a conta ela será registrada com duas chaves, uma pública (que o nome já diz, é aquela combinação de letras e números que você pode informar nas suas outras redes sociais para que seus amigos consigam encontrá-lo e adicioná-lo na rede Nostr) e uma outra chave, a privada (esta chave deve ser mandida salva em sigilo e não ser entregue à outras pessoas, muito menos publicada em outras redes, pois é ela quem dá acesso total à sua conta no Nostr).
É possível fazer login em várias máquinas diferentes com a chave pública e ter acesso às postagens e informações de perfil, como normalmente se tem ao visitá-lo. A diferença se dá para fazer alterações ou novas postagens, que são bloqueadas e apenas autorizadas mediante a digitação/entrada da chave privada.
Parece muito bom, porém existem alguns problemas iniciais que atrapalham a experiência inicial, uma delas é o processo de login.
Para se fazer login na rede Nostr é necessário ter no mínimo a chave pública, e para se ter acesso total, incluindo a possibilidade de postar, a chave privada é essencial! Entretanto nem todo mundo vai ter decorada a chave privada, ou vai ter acesso fácil a ela em certas situações. Claro que uma vez logado é possível salvar as informações naquele navegados ou app de celular. Porém o problema não se restringue apenas a isso.

Outro problema é a lentidão da rede. Muitas vezes, trocando de interfaces, precisei esperar até que meus dados e perfis seguidos fossem exibidos naquela interface. Muitas vezes não sendo exibidos corretamente, o que levava alguns minutos de espera e reload do navegador.
Porém o que me deixou decepcionado neste teste inical foi a perda dos dados de uma interface para outra. Preenchi meus dados com nome, bio, site, foto, etc. Mas ao sair e efetuar login em outra interface (isso na mesma máquina ainda) meus dados eram perdidos, ou demoravam para serem carregados.
Inicialmente criei meu perfil no celular, pelo aplicativo Amethyst, configurado basicamente com nome e bio. Quando fui fazer o login em outra interface pelo computador coloquei foto e outros detalhes. De cara enfrentei o primeiro problema: a forma de inserir a chave privada. Descobri que haviam duas formas de se interir a chave. Uma em texto e outra em hexadecimal. Uma não é compatível com a outra. Então, dependendo da interface em que você faz longin, ou tem acesso para login, tera que anotar/decorar sua chave privada de duas formas diferentes, ou usar um site para converter a chave entre os formatos.

Mas o que realmente me mostrou o quão no início é este protocolo foi voltar ao app de celular, onde iniciei a conta, e ter perdido minhas informações cadastradas (pela 4º vez). Já havia perdido e tive que redigitar e inserir foto em duas plataformas diferentes, pois mesmo esperando pelo "atraso" de rede, nada mudava. A única coisa que exibida eram as postagems que fiz com a chava pública no lugar do nome de usuário (que precisei inserir novamente também).

Em resumo, ainda há muito chão pela frente para que uma rede como o Nostr chegue a ser um competidor sério ao twitter.

Tags: tecnologia, liberdade, internet