Direitos vs Educação
Outro dia estava eu na fila do supermercado, uma dasquelas filas "rápidas" para poucos produtos, quando ouço uma voz se aproximando e perguntando um a um se poderia avançar a fila, pois tinha apenas dois produtos para passar no caixa.
A visível aparência do homem, com seus 60 e poucos anos, e poucos produtos a mão possibilitou seu avanço até chegar a mim, quando fez a mesma pergunta que vinha fazendo ao longo da curta fila: "será que eu poderia passar na sua frente?". O que respondi positivamente com um "claro, por favor".
O senhor então passou a conversar comigo enquanto aguardava a caixa finalizar o atendimento de outro cliente a nossa frente. Ele começou se desculpando por avançar na frente de todos, quando uma senhora bem atrás na fila falou "não tem que se desculpar, é seu direito!".
Pensei: e se não fosse?
Eu nasci em uma época onde ainda se respeitava pai, mãe e os mais velhos. Por mais que eu fosse tímido quando criança e não entendesse essas e outras questões sociais, compreendia o respeito que deveria ser dado aos mais velhos.
Minha mãe veio de uma criação onde a bênção ainda era solicitada aos mais velhos, principalmente pai, mãe e avós.
Já meu pai, apesar de ser dez anos mais velho que minha mãe, já não possuia este costume. Suponho que eu pela infância difícil que teve com meu avô, seu pai, pois este era bem ríspido e frio na criação dos filhos, assim contou minha mãe.
E essa educação foi se perdendo ao longo do tempo, deixando de ser algo aprendido do berço, para se tornar lei. Ao meu ver, uma das várias leis desnecessárias impostas por políticos que querem se vender como importantes e necessários para a sociedade.
Se não fosse o político, quem garantiria os direitos dos mais velhos?
Eu acredito que essa e outras leis desnecessárias acabaram prejudicando mais do que ajudando. Pois aos poucos foram tomando dos pais a responsabilidade de educar os filhos. Estes sendo obrigados a respeitar um rabisco compulsoriamente ao invés de assimilar dos pais o respeito aos mais velhos.
Assim, aos poucos, o estado vai tomando para si, não só o ensino das crianças, mas também a educação, que é o mínimo que deveria caber a família.
O Bom Menino - Altamiro Carrilho/Irany de Oliveira
Inclusive isso costumava ser ensinado em conteúdo infantil da época, reforçando bem a diferença do que era considerado bom e mal ao comportamento das crianças. Carequinha era um exemplo de, nas palavras de hoje, produtor de conteúdo infantil que incentivava e louvava o bom comportamento nas crianças nos anos 80 e 90.
Com o estado atual das coisas, ou seja, políticos se fazendo de necessários ao impor leis que deveriam ser uma questão de educação e costumes, volto a me perguntar: e se não fosse direito dos mais velhos passar demais pessoas na fila?
Acredito que um supermercado, no interesse de atrair e melhor tratar seus clientes, iria atender essa demanda, caso ela realmente existisse. Se não, a educação vinda de berço, ou a própria empatia humana, o desejo e a satisfação de fazer o bem, cuidaria disso.
Claro que existem as exceções à regra, mas é isso que elas são: exceções.
Já ficou provado que a maioria esmagadora das pessoas é de bem. Pode não ter recebido a educação dos pais, mas a carrega consigo como um instinto evolutivo, pois mais que possa não demonstrar.
A criação dessas leis como "direitos" das pessoas não passa da vontade do parasita político de se mostrar necessário para que, na próxima eleição, possa dizer que se preocupa com seus eleitores, quando na verdade ele apenas rabisca no papel algo que obriga todos a se comportar de um modo que, normalmente, eles já deveriam agir. Porém força o empreendedor a se preocupar com isso para não ser autuado, aos clientes beneficiados a serem mal educados - alguns - e prejudica aos demais que perdem local de estacionar em prol de vagas exclusivas para idosos.
Por fim essa e outras lei brasileiras são apenas entraves ao crescimento dos pequenos empreendedores que não tem condição de atender as exigências dos parasitas estatais.
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