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Diário de Bordo

causos, cotidiano e pensamentos

Simplicidade

29 de jul de 2012

Imersos em um mundo cada vez mais cheio de informações (úteis, inúteis, medíocres, fúteis e/ou práticas) me vem a mente um passado recente, onde uma vida mais simples era tudo que conhecíamos.


Recordo-me do meu primeiro passo na era digital, comprando no cartão de crédito (ou foi cheque) de um colega, meu primeiro modem, um US Robotics de 33.600, para internet discada. Meu primeiro provedor, Ultranet. Na época o e-mail era a coisa mais fantástica do mundo pra mim. Hoje, é usado como spam e plataforma para propagandas.
Com a loucura dos facebooks, twitters, instagrans, só pra citar os mais conhecidos, eu muitas vezes me vejo afogado em um mar de informação sem dar vazão a tanto texto.
Olho para as parafernalhas com as quais nos cercamos e pergunto 'precisamos mesmo disso?'. Até "ontem" vivíamos muito bem, obrigado, sem elas e agora, não passamos sem.
E pra piorar, são objetos com prazo de validade limitadíssimo, pois já saem das fábricas obsoletos. Consumindo cada vez mais os recursos de um planeta em crise, prestes a secar suas reservas exploradas inconseqüentemente.
Será que vale a pena essa busca doentia por dinheiro em prol da destruição do nosso suporte de vida?
Produtos descartados ainda não são reciclados como deviam, mas sim enviados a aterros de lixo, principalmente em países pobres.
Acho que estamos cada dia mais perdidos, buscando sentido numa vida digital, conectada a tecnologia, que muitas vezes nos afasta uns dos outros em prol da última rede social do momento.
Sinto falta da infância e adolescência, mais por lembranças de momentos como pegar na terra, comer caju do pé, sentir a brisa do vento a beira do mar numa quinta a tarde, correr na rua de casa, ainda sem asfalto ou calçamento, não ter que me preocupar com nada, pois o futuro parecia longe demais naquele momento. Que nada, em um piscar de olhos ele não só chegou, como passou rápido e continua passando, novos futuros chegando e passando e com eles levando momentos inesquecíveis que deixamos de viver.
Vamos largar um pouco a tecnologia para aproveitar as pessoas?

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